Por: Brasil de Fato
Redação Diadorim
01 de Janeiro de 2023 às 11:16
Não é a primeira vez que Symmy Larrat protagoniza a vanguarda do movimento trans - Marcello Casal Jr/ Agência Brasil
O Brasil terá a primeira travesti secretária nacional no governo brasileiro: a ativista Symmy Larrat vai assumir a Secretaria Nacional dos Direitos da População LGBTQIA+, que integra o Ministério dos Direitos Humanos. Ela foi anunciada neste sábado (31 dez.) pelo ministro Silvio Almeida.
Paraense radicada em São Paulo, Symmy é formada em Comunicação Social pela Universidade Federal do Pará, em Belém, cidade onde também começou a militância política. Filiada ao Partido dos Trabalhadores (PT), ela foi a primeira travesti coordenadora-geral de Promoção dos Direitos LGBT da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, no governo de Dilma Rousseff (PT), e também coordenou o programa Transcidadania, da prefeitura de São Paulo, na gestão de Fernando Haddad (PT).
Eleita em 2017 para a presidência da ABGLT (Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos), Symmy Larrat foi também a primeira travesti a ocupar a liderança de uma das principais entidades representativas do movimento LGBTI+ do Brasil, fundada em 1995. Em sua gestão, a ativista fez a ABGLT aproximar cada vez mais pautas de gênero e sexualidade dissidentes a agendas progressistas, como grupos feministas e organizações de educação, do campo, pelo desencarceramento e antiproibicionistas.
“Eu sou defensora da coletividade desde quando comecei a militar”, disse ela, em entrevista à Diadorim. “Acho que é muito legítimo que haja organizações específicas, saúdo a todas e quero ajudar a construir as que vierem. Mas eu acredito que todas essas precisam de uma coletividade ainda maior. Achava que era necessário e simbólico demais [estar na presidência da ABGLT]. E sabia que ia ser incômodo demais, porque o movimento GGG não quer abrir mão dos privilégios.”
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